Fantástico promove peça de propaganda pró IA

O Fantátisco, o almanaque de notícias dominicais da globo

https://g1.globo.com/fantastico/video/mentes-digitais-cantora-e-surpreendida-por-lancamento-de-disco-que-nunca-gravou-14103276.ghtml

  • "... e como resolver as TRETAS JURÍDICAS que estão aparecendo."
  • Eles entrevistam uma artista que se chama Emily Portman (é engraçado porque eles estavam em Londres e ela em Sheffield mas entrevistaram à distância kkkkk)

https://www.tecmundo.com.br/software/406589-cantora-britanica-descobre-album-feito-por-ia-em-seu-nome.htm/

  • "A parte boa é que existem maneiras de usar a IA no campo da música de uma maneira decente" 🙄
  • Eles entrevistam alguém de uma empresa chamada AIODE que faz deepfakes de músicos.
    • "Músicos disponibilizam suas gravações para treinar uma IA e são pagos quando ela é usada"
    • "Imagina o Jimi Hendrix tocando no seu disco"

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  • Aí eles entrevistam a "Charlotte Adelle" (que até o nome roubou de outra artista) que é uma cantora e produtora que faz uso da ferramenta na sua produção.
    • Não dá pra entender direito o que a ferramenta fez (não funcionou?)
    • Ela diz que toca com músicos reais e que "nunca vamos substituir a pegada dos humanos"
  • Logo depois eles falam sobre "os problemas legais" e entrevistam a pesquisadora de impactos sociais da IA da PUC/SP, Dora Kaufman.
    • "Os artistas geralmente são contra o uso de suas gravações para treinar a IA"
    • "É uma ironia pois a maioria dos artistas usa ferramentas de IA em algum estágio. Se não usa pra produzir a música, na mixagem vai usar. Esse é o paradoxo, é como se dissesse: bom eu não uso meus dados, mas eu to usando os modelos que foram treinados com dados de outros."
  • Eu sinceramente não consigo derivar a posição inteira dessa pesquisadora a partir dessa fala e consigo acreditar que o Fantástico tenha dado uma picotada boa, mas no contexto do que aparece ali ela é muito ruim.
  • No final ela defende a necessidade da regulamentação da IA e cita a PL 2338. Temos vídeo no canal com o pessoal do UNIDAD falando sobre isso:

Conclusão

  • A reportagem se propõe a apresentar os 2 lados de uma questão complexa porém ao tratar isso de uma maneira puramente focada na 'inovação tecnológica' e fazer um imenso cherry picking nas entrevistas passa uma visão completamente distorcida do que os artistas realmente pensam.
    • Não explora as problemáticas reais de transformar a performance em uma "ferramenta de IA"
    • Favorece uma visão das empresas vendendo tecnologias de IA e uma regulamentação bastante "abstrata"
  • A gente não espera nada da Globo, mas é sempre muito danoso ver que essa é a representação de uma questão tão importante pros artistas que é apresentada lá.
  • Muito paia