Tecnologia e Classe de 16/09/24
FBI desativa esquema de músico que utilizava canções geradas por IA para receber até 12 milhões de dólares em royalties de plataformas como Spotify: o esquema envolvia a criação de milhares de contas falsas de streaming com e-mails comprados, onde um software personalizado reproduzia as faixas em loop a partir de múltiplos computadores, simulando ouvintes de diferentes regiões. O próprio músico calculou que poderia realizar mais de 660 mil transmissões e gerar 3,3 mil dólares por dia, chegando a 1,2 milhão ao ano. O FBI afirma que este é o primeiro caso criminal nos EUA relacionado à manipulação artificial de streamings de música. As informações são do site Ars Technica.
Estudo indica que pessoas podem confiar excessivamente em IAs para tomar decisões: uma lista com oito fotos de alvos fictícios classificados como “amigos” ou “inimigos” foi apresentada aos participantes de um experimento, para que escolhessem se realizavam ou não um ataque simulado de drone em cada um. Em paralelo, um modelo fornecia uma segunda opinião de forma totalmente aleatória, sem que os indivíduos soubessem. Os resultados indicam que, apesar de serem alertados sobre a falibilidade dos sistemas de IA, 67% dos participantes mudaram suas decisões para concordar com a mesma, e 97% confirmaram suas escolhas quando eram iguais às do sistema. O estudo visa investigar a confiança exagerada na tecnologia em áreas críticas como medicina, policiamento e militar, ou mesmo em escolhas pessoais, ao comprar uma casa, por exemplo. As informações são do site The Engineer.
https://news.ucmerced.edu/news/2024/study-people-facing-life-or-death-choice-put-too-much-trust-ai
Alunos que usam ChatGPT como assistente de estudo têm desempenho inferior em testes, segundo pesquisa: cerca de 1.000 estudantes foram submetidos a exercícios de matemática. Os resultados mostram que, embora aqueles com acesso à tecnologia conseguiram resolver 48% a mais de problemas práticos, eles obtiveram uma pontuação 17% inferior a respeito de um tópico específico que estavam aprendendo. Os pesquisadores sugerem que a causa pode estar na dependência excessiva dos alunos em relação ao chatbot, que fornece respostas diretas, impedindo o desenvolvimento das habilidades necessárias para a resolução independente de problemas. As informações são do site The Hechinger Report.
Notícias rápidas
Ex-funcionários da CrowdStrike afirmam que empresa negligenciava controle de qualidade em seus processos internos: segundo relatos, a companhia priorizava o lançamento rápido dos produtos, e diversas tentativas de alertar a liderança sobre esses problemas foram ignoradas. Em resposta, a organização afirma que as alegações são provenientes de ex-colaboradores “descontentes, alguns dos quais foram demitidos por violações claras das políticas da empresa”, e que está comprometida em garantir a resiliência de seus produtos “por meio de testes rigorosos”. As informações são do site Semafor.
Telegram revisa política de moderação de chats privados após prisão de CEO: a empresa alterou a seção da sua página de FAQ que trata da sinalização de conteúdo ilegal na plataforma, destacando a presença do botão “denunciar”, diferente da resposta anterior que dizia que a equipe não atendia solicitações relacionadas a conversas privadas no aplicativo. As informações são do site The Verge.
https://www.404media.co/in-wake-of-durov-arrest-some-cybercriminals-ditch-telegram/
Flutter agora é casa de apostas
Austrália planeja implementar idade mínima para crianças acessarem redes sociais: o governo cita preocupações com a saúde mental e física. Contudo, o inquérito levantou preocupações sobre a viabilidade da restrição e os possíveis impactos negativos, como incentivar os jovens a ocultarem suas atividades online, levando-os a “espaços menos regulamentados” e de “menor qualidade”. A Austrália é um dos países mais conectados do mundo, com 80% de sua população de 26 milhões de pessoas conectada às redes, e 75% dos indivíduos entre 12 e 17 anos usando plataformas como YouTube ou Instagram. No Brasil, tramita um projeto de lei que propõe a idade mínima de 12 anos para criar uma conta em redes sociais. As informações são da Reuters.
Autoridade de saúde da Suécia orienta que crianças menores de dois anos evitem uso de telas: a recomendação é de uma hora por dia para o público infantil de 2 a 5 anos, duas horas de 6 a 12, e três horas para adolescentes de 13 a 18. Estima-se que o tempo médio de exposição a aparelhos digitais por crianças suecas de 9 a 12 anos seja de quatro horas diárias, e mais de 7 horas para indivíduos de 17 a 18, sem incluir o tempo dedicado a trabalhos escolares. De acordo com o ministro dos Assuntos Sociais do país, o uso prolongado desses dispositivos "pode ter efeitos negativos na saúde, incluindo piora do sono e sintomas de depressão". As informações são do site The Guardian.
Pesquisa indica que 9 em cada 10 brasileiros acreditam que redes sociais representam riscos para crianças e adolescentes: de acordo com uma entrevista realizada com cerca de 2 mil indivíduos de 16 anos ou mais, 97% defendem que as empresas responsáveis pelas plataformas deveriam adotar medidas, como exigir comprovação de identidade, proibir publicidade direcionada ao público infantil e limitar o tempo de uso. Além disso, 93% concordam que os jovens estão ficando viciados em redes sociais, e 86% afirmam que os conteúdos são inadequados para a faixa etária. As informações são da Agência Brasil.
Aplicativo de tradução preserva línguas indígenas e aprimora o ensino de povos originários
Segundo dados do Censo de 2010, atualmente o Brasil abriga cerca de 274 línguas indígenas, apenas 20% das estimadas 1.175 línguas que o território possuía em 1500, no entanto, o país não reconhece oficialmente nenhuma dessas linguagens em âmbito nacional. Por conta de fatores como desmatamento, êxodo rural, atividades de garimpo, extração de madeira ilegal, assassinatos de líderes e outros problemas, a maioria das línguas indígenas do Brasil passam por um processo acelerado de desaparecimento que coloca em risco de extinção longas linhagens de famílias linguísticas, como a Tupi-Guarani, por exemplo, que contém em seu tronco linguístico a tupi-mondé.
Para ajudar na aprendizagem e na preservação de línguas e dialetos indígenas, a doutora em Ciências, Tecnologias e Inclusão pela Universidade Federal Fluminense (UFF) e pesquisadora do Laboratório de Design Thinking, Gestão e Engenharia Industrial da UFF (LabDGE/UFF), Ilma Rodrigues de Souza Fausto, desenvolveu o aplicativo “Comunica Tupi-tradutor” capaz de traduzir conteúdos em língua portuguesa para o tupi mondé e promover a compreensão entre as comunidades indígena e não indígena no estado de Rondônia. “Vamos contextualizar nossas atividades para que o indígena se sinta acolhido, sem interferir na cultura deles”, afirma a doutora. Atualmente, o projeto trabalha com 52 etnias no estado.
O Comunica-Tupi Tradutor surgiu a partir da dificuldade de inscrição e ambientação dos indígenas no curso “Robótica educacional para indígenas”. No início, pela falta de letramento digital e dificuldades com a língua, as inscrições eram feitas manualmente, o que motivou a pesquisadora, junto à orientadora e professora de Engenharia Mecânica da UFF, Fabiana Rodrigues Leta, e com a coorientadora e doutora em Ciências e Biotecnologia pela UFF, Ruth Maria Mariani, a criar um aplicativo que realizasse a tradução simultânea do tupi mondé para o português a partir de um glossário digital, no qual os indígenas podem inserir termos relacionados à computação no ambiente virtual. Por meio da tradução simultânea, o projeto une linguística e tecnologias modernas, capazes de auxiliar estudantes e pessoas interessadas em aprender e difundir idiomas originários.
Rio Grande do Sul receberá 3 bilhões de reais em investimentos para sediar primeiro distrito industrial de data centers no Brasil: o projeto é resultado de um acordo do governo do estado com a empresa Scala Data Centers, e tem como objetivo posicionar o país como um polo de desenvolvimento em IA. A estrutura será construída em uma área estratégica da Região Metropolitana de Porto Alegre, conhecida por sua segurança contra desastres naturais e oferta abundante de energia elétrica. A capacidade inicial será de 54 MW, superior à dos mercados da Argentina e do Uruguai. Devido ao clima mais ameno do estado, os data centers contarão com uma eficiência no uso de energia inferior a 1.2 PUE — o mais baixo da América Latina — e zero utilização de água, dando lugar ao resfriamento por fluido refrigerante. As informações são do site Convergência Digital.
Moranguinho 🍓🍓🍓
OpenAI lança modelo “o1”, anteriormente referido como “Strawberry”, com habilidades de raciocínio aprimoradas: a tecnologia foi projetada para responder perguntas complexas, demonstrando melhorias na escrita de código e resolução de problemas multietapas. Em testes, o modelo obteve uma taxa de acerto de 83% em um exame de qualificação para a Olimpíada Internacional de Matemática, em contraste com os 13% do GPT-4o, e superou 89% dos participantes em competições de programação online, mas ainda apresenta conhecimento limitado sobre o mundo e não possui capacidade para navegar na web ou processar arquivos e imagens. Usuários dos planos “Plus” e “Team” já têm acesso ao “o1-preview” e ao “o1-mini”, enquanto os assinantes “Enterprise” e “Edu” poderão utilizá-los no início da próxima semana. A OpenAI planeja liberar o “o1-mini” gratuitamente no futuro. As informações são do site The Verge.
https://www.instagram.com/p/C_IkB-cuCZF/
https://www.youtube.com/watch?v=-4Oso9-9KTQ
IA e privacidade DE NOVOOOOOO
Meta admite ter coletado dados de postagens públicas do Facebook e Instagram desde 2007 para treinar modelos de IA: a empresa já havia anunciado seus planos para utilizar essa estratégia, levantando questões sobre privacidade, mas nunca havia divulgado que isso vinha ocorrendo há muitos anos. A companhia ressalta que informações de menores de 18 anos não foram utilizadas, mas admite ter incluído fotos de crianças postadas nos perfis dos pais. As informações são do site 9to5Mac.
Pesquisadores afirmam que modelos na GPT Store da OpenAI coletam dados e facilitam rastreamento online de usuários: foram analisados cerca de 120 mil aplicativos disponíveis na loja, juntamente com mais de 2.500 actions — que convertem textos de linguagem natural em JSON para chamadas de API — indicando que apenas 5,8% delas divulgam claramente suas práticas de coleta de dados, que podem incluir informações sensíveis, como senhas, e serem incluídas em dados de treinamento, potencialmente resultando em vazamentos acidentais. A maioria (82,9%) das actions implementadas nos GPTs analisados são desenvolvidas por terceiros. As informações são do site The Register.
Ford solicita patente para tecnologia que escuta conversas de motoristas para exibir anúncios personalizados: o “in-vehicle advertisement presentation” seria capaz de monitorar diálogos entre os ocupantes do veículo, assim como localização, velocidade, tipo de estrada e condições de trânsito, além de prever rotas e destinos — como uma consulta médica. De acordo com o documento, o sistema seria baseado em software, sem necessidade de novos equipamentos. Em resposta à divulgação da solicitação, a Ford afirma que “a submissão de patentes faz parte do processo normal de qualquer empresa sólida”, e que as ideias descritas "não devem ser interpretadas como uma indicação de planos de negócios ou produtos futuros". As informações são do site The Record.
Consolidação no mercado de TI
Docker anuncia aumento de até 80% nos preços de assinaturas a partir do dia 15 de novembro: para justificar o reajuste, a empresa afirma que irá incluir uma gama ampliada de serviços, proporcionando um “acesso completo às capacidades” da plataforma, além de introduzir o recurso Docker Insights Dashboards e aumentar o limite de consumo do Docker Build Cloud, Scout e Hub. A lista completa dos valores pode ser conferida no TabNews.
Canva Teams pode enfrentar aumento de até 300% no valor da assinatura a partir do próximo ano: algumas pessoas relatam que o custo anual para até cinco usuários aumentou de 120 para 500 dólares. A companhia justifica a decisão devido ao lançamento de recursos de IA na plataforma. Outros planos, como Pro e Enterprise, aparentemente não foram afetados. Usuários insatisfeitos manifestaram a intenção de cancelar suas assinaturas e migrar para aplicativos da Adobe. As informações são do site The Verge.
https://www.theverge.com/2024/9/3/24234698/canva-price-increase-300-percent-ai-features?p=true
MariaDB torna-se uma empresa de capital fechado após ser adquirida por cerca de 37 milhões de dólares pela K1 Investment Management: desde sua entrada na bolsa de valores em 2022 a companhia vinha enfrentando desafios financeiros, onde seu valor de mercado, que já alcançou 445 milhões de dólares, despencou para menos de 12 milhões no início de 2024. A organização planeja continuar o desenvolvimento de suas soluções de banco de dados, especialmente para cargas de trabalho impulsionadas por IA e computação em nuvem. A MariaDB Foundation, que supervisiona o projeto de código aberto, segue ativa e recentemente atraiu a Amazon Web Services (AWS) como patrocinadora. As informações são do site TechCrunch.
https://www.theregister.com/2024/09/10/maria_db_buyout?p=true
Relatório indica que empresas que migram de código aberto para licenças proprietárias não obtêm retornos financeiros significativos: a análise envolveu casos como MongoDB e HashiCorp. Embora essas e outras companhias tenham registrado aumento de receita após a mudança, a taxa de crescimento foi similar à observada antes da transição. Acredita-se que o principal fator para a alteração da licença seja o uso de softwares open-source por fornecedores de nuvem, que oferecem esses produtos como serviço, lucrando com sua hospedagem sem repassar os benefícios aos desenvolvedores originais. As informações são do site DevClass.
Nunca vi 1 cientista nunca erraram
- É uma situação que me causa 'vergonha' e 'tristeza'
- Como é que um nutricionista, um dr. lança um processo desses?